Alto da Boa Vista
À minha frente um morro e uma nascente; às minhas costas uns entulhos; ao meu lado um monte de livros numa estante. Parece bagunça, mas é paz. A brisa calma que espeta minha barba mal feita deixa nas entrelinhas qualquer significado e cá estou eu: sentado, bilingüe [a língua outra que será?]...lá embaixo as pessoas dançam e cantam; eu, aqui em cima, as amo de uma forma tão simples que preferi não usar sinônimos; amo assim: no silêncio. E a palavra escrita, tal qual papel e caneta, é a forma mais silenciosa de amar. Tem uma manga rosa no topo de uma árvore, madurinha, lá em cima, quase no último galho: não há bambu que alcance. Mas que água na boca sinto de subir com pés descalços nos cipós entrelaçados da magueira, deslindando cada poro da inextricável estrutura. A mangueira é bem mais que a manga. Um banho numa nascente me espera. Esta casa é ilimitada; dissolve minha fronteira. E quando cair o primeiro pé d'água eu vou me atirar na piscina feito louco: porque não tenho extremos...
À minha frente um morro e uma nascente; às minhas costas uns entulhos; ao meu lado um monte de livros numa estante. Parece bagunça, mas é paz...
1 Comments:
Estou num momento que concordo que um monte de livros significa paz, ou melhor reclusão por dois meses, combinados com um monte de cds. Pena não ter a vista do alto!
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